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Página da fábrica de alumínio da Alumar


Atual Porrtal da Alumar e capa do Jornal da Soamar, ano de 2000

  Projetada para uma produção inicial de 100 mil toneladas de alumínio e 500 mil de alumina, a fábrica da Alumar enfrentou sérios desafios antes de liberar a primeira fumaça branca pelas chaminés de sua Refinaria. Se o mundo dos dólares e da alta tecnologia caiu de uma hora para outra nessa parte distante do mapa, um outro mundo, o do apocalipse, também despencou na cabeça dos responsáveis pela fábrica e – como não poderia deixar de ser – na daqueles que autorizaram a sua implantação. Estudos de duvidosas bases científicas eram exibidos por políticos de oposição e naturalistas oportunistas com um só propósito: salvar a ilha da catástrofe e da hecatombe que se abateria sobre a capital maranhense. A Alumar, diziam eles, iria aniquilar de vez o nosso meio ambiente, matar a fauna, a flora e, por conseqüência, os até então assustados habitantes. Apesar de tudo isso a construção da fábrica seu curso. Ninguém morreu, a ilha continua aqui e o Maranhão agradece.

Texto e pesquisa: Carlos Andrade – Fonte: Perfil do Maranhão, edição 2019

A EVOLUÇÃO DE UMA EMPRESA ALÉM MAR…

Reportagem publicada na Edição Especial do Jornal
da Soamar, em julho de 2000.

Plantio simbólico do Ipê Amarelo, no lançamento da pedra fundamental da fábrica

Uma manchete de primeira página, em oito colunas, do Jornal Estado do Maranhão do dia 16 de agosto de 1984, era a síntese do evento mais importante daquele dia: “Alumar inaugura a sua fábrica de alumínio”. Começava assim a se consolidar um projeto iniciado quatro anos antes, mais exatamente no 31 de julho de 1980, quando o então presidente da Alcoa do Brasil, Alain Belda, na presença do secretário chefe da Casa Civil, José Ramalho Burnet da Silva – que representou o Governador do Maranhão, João Castelo – do prefeito de São Luís, Mauro Fecury, do Gerente de Operações da Alcoa, Luiz Antonio Monteiro Oliveira e do Presidente da Associação Comercial do Maranhão, Haroldo Cavalcanti, plantara uma simbólica muda de ipê amarelo, e, como se fora a pedra fundamental, autorizava o início da fase de construção daquele que viria a ser um dos maiores projetos metalúrgicos da América Latina. Na foto ao lado, o registro do plantio de uma muda do ipê amarelo, que representou simbolicamente o lançamento da pedra fundamental da fábrica, naquela distante quinta-feira do ano de 1980.

Estava aberta portanto a torneira de um dos mais importantes e mais expressivos investimentos privados – cerca de 1,5 bilhão de dólares – naquele Brasil de pura recessão. Antes de chegar ao Maranhão – estado escolhido por razões naturais portuárias e por estar situado numa zona de cobertura de energia farta garantida pela hidroelétrica de Tucuruí – o projeto Alumar, distante apenas 18 kms da capital São Luís, teve o aval de nada menos de cinco ministérios, devidamente endossado pela assinatura inquestionável do Presidente da República do Brasil. Na época, o General João Batista Figueiredo.

O período, no entanto, não era apenas de dificuldades econômicas. As turbulências políticas também eram grandes. O país era governado pelo último dos generais e caminhava a difícil trilha em direção às eleições diretas que culminariam em um presidente civil. O Presidente Figueiredo porém não deixaria o Governo sem antes conhecer o canteiro de obras da fábrica de alumínio maranhense. Em 1983, mais precisamente no mês de junho, numa comitiva onde além dos diretores da Alcoa e Billiton também se fazia presente o empresário Sebastião Camargo, o General Presidente inspecionou obras, ouviu explicações, conheceu o projeto e foi embora praticamente da mesma forma como chegou: sem muitas palavras.

Um ano depois, quando o complexo seria inaugurado, foi novamente convidado. Não veio. Aquela efervescência de antes em Brasília, mais política do que nunca no ano de 1984, impediriam aquela que seria a última viagem de um presidente militar ao Maranhão.
Voltando à cena anterior, a do Tabebuia serratifolia (nome científico do ipê), vamos encontrar um Brasil iniciando a década de 80 de forma conturbada, embora o Maranhão, por conta dos grandes projetos industriais, viva o seu melhor momento no aspecto de grandes investimentos e promessas de futuro. No dia 01 de agosto daquele ano, o Estado amanheceu com um imenso canteiro de obras duas vezes maior que o Projeto Jari, no Pará, e logo se transformaria no centro das atenções dos grandes investidores.

A figura do gringo, antes rara e passageira, também seria incorporada de forma definitiva à vida da capital, São Luís, que, de uma hora para outra, se viu diante de uma situação curiosa: falava o melhor português do Brasil e o pior inglês do mundo. No princípio era apenas a Alcoa. A figura jurídica do Consórcio viria um ano depois do início da construção da fábrica. No dia 29 de setembro de 1981, a Billiton Metais – uma empresa subsidiária da Shell – se incorporava ao projeto arrematando 40% das ações e se tornando parceria definitiva do imenso volume de investimentos. A Alcoa se manteve majoritária com 60%. Estava pronto o novíssimo modelo de gestão e a nova empresa agora seria chamada de Consórcio de Alumínio do Maranhão – Alumar.

As duas multinacionais ficariam sozinhas no mega projeto até o final, da construção e também nos primeiros anos de operação. A situação mudou com a entrada da empresa canadense Alcan Alumínio e da americana Abalco, ambas na Refinaria. Na Redução, onde é fabricado o alumínio, a situação se mantém – Alcoa e Billiton – desde o nascimento do Consórcio, embora as cotas acionárias já não fossem as mesmas. Uma reestruturação de capital aumentou a participação da Billiton em 4%, elevando a sua cota para 44%. Alcoa, que tinha 60%, ficou com os outros 56%, se mantendo porém como acionista majoritária, como era no princípio.

Maurício Macêdo: aqui está nascendo nosso futuro Parque Ambiental.

Os primeiros anos da década de 80 para o Brasil, como já fora dito antes, eram de dificuldades. Por isso muitas frentes de investimentos foram abertas fora das zonas de influências políticas, como o Norte-Nordeste, por exemplo. Além da Alumar, em São Luís, outros projetos importantes foram implantados com o objetivo de usufruir dos incentivos do Governo Federal, sobretudo por causa das jazidas de minérios descobertas na região e da energia excedente de Tucurui.

Como exemplos, a Mineração Rio do Norte (Trombetas), Albras e Alunorte (Vila do Conde), todas no estado do Pará. Na esteira desses empreendimentos o Maranhão foi o grande beneficiado. Diversos outros núcleos industriais aqui seriam instalados, entre os quais as guzeiras ao longo da ferrovia de Carajás nas regiões de Açailândia e Santa Inês. Outra conseqüência: a cidade maranhense de Rosário viu finalmente implantado o projeto da Metalman e até mesmo o nosso Distrito Industrial experimentou uma expansão até certo ponto surpreendente, considerando as dificuldades econômicas de então.

Projetada inicialmente para uma produção inicial de 100 mil toneladas de alumínio e 500 mil de alumina, a fábrica da Alumar enfrentou sérios desafios antes de liberar a primeira fumaça branca pelas chaminés de sua Refinaria. Se o mundo dos dólares e da alta tecnologia caiu de uma hora para outra nessa parte distante do mapa, um outro mundo, o do apocalipse, também despencou na cabeça dos responsáveis pela fábrica e – como não poderia deixar de ser – na daqueles que autorizaram a sua implantação.

Estudos de duvidosas bases científicas eram exibidos por políticos de oposição e naturalistas oportunistas com um só propósito: salvar a ilha da catástrofe e da hecatombe que se abateria sobre a capital maranhense. A Alumar, diziam eles, iria aniquilar de vez o nosso meio ambiente, matar a fauna, a flora e, por conseqüência, os até então assustados habitantes. Alheios à campanha anti-Alcoa, os engenheiros da empresa, quase todos americanos, praticamente exigiram dos seus tra-dutores que os poupassem dessa parte, relevando assim a “ofensiva” à sua verdadeira importância. A construção da fábrica seguiu seu curso, ninguém morreu, a ilha continua aqui e o Maranhão agradece.

Sua frágil economia inicia um novo ciclo. Já fora agrícola, mudara para têxtil e agora adentrava – de lingotes em punho – na era moderna da industria metalúrgica. Melhor: estréia como protagonista no disputadíssimo mercado mundial de alumínio e de minério de ferro. O Maranhão, mais agradecido ainda, viu um mundo de novas empresas aqui se instalarem a rebo-que das empresas-mãe. Como resultado desse pool, toda a economia mudou, corno mudaram também as dimensões das coisas e, principalmente, dos equipamentos. O porto do Itaqui, que antes se bastava com guindastes de 6 mil quilos, logo teve que contratar novas empresas para solucionar desafios de encomendas superior a 35 toneladas, na grande maioria das vezes, com até 30 metros de comprimentos.

Bem ou mal, o Estado e os maranhense fizeram a sua parte. A incerteza dos primeiros momentos fora aos poucos sendo substituída pela confiança. Esse novo sentimento dá aos investidores o aval necessário para continuar. De outra forma, como justificar os propósitos das empresas Alcoa e Billiton em investir tanto dinheiro no Maranhão? Por quê investidores com negócios no mundo inteiro escolheriam esse pedaço sumido do mapa, muito distante das regiões próximas dos seus interesses?

Biodigestores. As cargas do porto do Itaqui se agigantaram de uma hora para outra com o novo empreendimento

Quem quer que Ihes tenha dito que o Eldorado seria aqui, não mentiu. Pouco tempo depois, os mais renomados especialistas em grandes investimentos não tinham mais receio em afirmar que o Maranhão seria, naquele momento conturbado da economia nacional, o único Estado brasileiro onde alguma coisa grandiosa estava acontecendo. Uma só não. Duas. Além do Consórcio Alumar, também a Companhia Vale do Rio Doce iniciava a implantação do projeto Ferro Carajás. Nesse caso, o do ferro, só na ferrovia a ser implantada entre a cidade paraense de Paraopebas e a capital maranhense, seriam assentados mais de mil e quinhentos quilômetros de trilhos, considerando a linha principal e os pátios de desvios.

No outro, o do alumínio, tomando por base apenas a Fase 1, os números são igualmente impressionantes: movimentação de 18 milhões de metros cúbicos de terraplanagem; dragagem de 18 milhões de metros cúbicos de material no estreito do coqueiro; lançamento de 155 mil metros cúbi-cos de concreto; fabricação e montagem de 18 mil toneladas de tanques; montagem de mais de 30 mil toneladas de equipamentos e igual quantidade de estruturas metálicas; montagem de 12 mil toneladas de tubulações; 42 kms de correias transportadoras; construção de dois viadutos, um terminal portuário e, por fim, construção e pavimentação de mais de 35 kms de rodovias na área interna da fábrica.

O cronograma de obra demonstrou como a construção da fábrica maranhense foi levada a sério e os padrões do Tio Sam fizeram escola. Um dos primeiros Gerentes de Produção, o americano Samuel B. Devall, costumava perguntar aos seus auxiliares mais próximos como estava a alma da fábrica. Era sua maneira prática de aferir o contentamento dos empregados e, a partir dessa informação, solucionar insatis-fações e garantir prazos e cronogramas.

Na prática ele apenas recorria a um modelo de já dera certo antes. Em novembro de 83, no pique da obra, o Gerente de Construção, Robert Dutcher, mantinha sob suas ordens 15 mil homens, numa mistura de raças e talentos que mesmo não falando a mesma língua, tinham em comum uma única missão: entregar a obra no espaço de tempo preestabelecido e dentro dos padrões americanos de segurança e confiabilidade.

À medida que o calendário ia avançando a Alumar crescia como fábrica. Faltando apenas seis meses para a inauguração, a maioria das frentes já estava na fase de implantação e montagem dos equipamentos. O porto, de todas, era a mais adiantada. No dia 17 de janeiro de 1983, atracava no Terminal da Alumar, o navio Alamoa, carregado de soda cáustica. Era o primeiro de uma série de desembarques com as matérias primas necessárias para dar substância ao metal objetivo de todo o esforço iniciado na simplória cena do ipê amarelo: o alumínio.

Depois da soda cáustica, adentraram pela ordem, no novíssimo porto, bauxita – o primeiro navio com esse minério foi o Puffin Arrow, no dia 17 de março de 1984 – coque, carvão mineral e piche. Assim como o cais, a Refinaria também já ensaiava vida ativa e a alumina estava cada vez mais próxima. O mesmo poderia ser dito da Redução, dos lagos de resíduos, do sistema próprio de abastecimento de água, da sala de cubas e dos demais prédios onde iriam ser instaladas as oficinas e os centros administrativos.

Ao mesmo tempo que os edifícios iam sendo concluídos e os equipamentos montados, a data da inauguração oficial se aproximava mais ainda. No dia 13 de maio de 1984 – exatos três meses antes do grande dia – a Refinaria entraria em operação pela primeira vez com a circulação de licor aquecido. Trinta dias depois iniciaria a produção de alumina calcinada. O teste final aconteceu na Redução, em 09 de julho daquele ano. Sob aplausos, as primeiras toneladas de alumínio genuinamente maranhense, deixaram a sala de cubas conduzidas, em estado líquido, por cadinhos escaldantes para, enfim, no setor de lingotamento, solidificarem sob a forma de lingotes.

Chegou então o grande momento. 1.476 dias depois daquela cena simbólica do Ipê amarelo, finalmente estava concluída a fase de trabalho, sacrifícios e desafios. Com o alumínio pronto, uma pausa e a melhor de todas as roupas porque era preciso fazer história. A data escolhida para a inauguração oficial da Alumar foi uma quinta-feira: 16 de agosto de 1984. O Presidente João Figueiredo mais uma vez não veio, mas mandou dois representante: Os ministros César Carls, das Minas e Energia e Camilo Pena, da Indústria e Comércio.

A lado deles, o representante da Alcoa, Alain Belda; da Billitonn, Abel Carparelli; do Programa Grande Carajás, João Menezes; o então Gerente de Operações da Alumar, Luiz Antonio de Oliveira e autoridades políticas da mais alta patente do Estado. Pela ordem, o governador Luiz Alves Coelho da Rocha, o prefeito Mauro de Alencar Fecury e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Celso Coutinho. A cerimônia, no entanto, não interromperia mais a linha de produção. Naquele instante, da mesma forma que as letras formavam as palavras e estas os discursos, o porto recebia a bauxita, a Refinaria produzia alumina e a Redução a transformava em alumínio.

FASE II – O objetivo inicial de 100 mil toneladas de alumínio e 500 mil de alumina estava garantido. Mas a expectativa do mercado já não era mais a mesma. A Rússia ainda era União Soviética e tanto os executivo da Alcoa quanto da Billiton já haviam vislumbrado o que eles chamam de “oportunidades da crise”. Resultado: antes mesmo da inauguração da primeira fase, os donos do Consórcio Alumar já haviam autorizados o início da construção da Fase II. Mais uma vez o Maranhão agradece. A nova etapa significa mais 200 milhões de dólares de investimentos. Dessa vez com um naco de capital nacional injetado pela gigante da construção civil, a Camargo Corrêa, a mais nova acionista da Alcoa do Brasil.

Apoiada por uma Refinaria tecnicamente capaz de produzir muito além das 500 mil toneladas anuais iniciais, a nova expansão centrou recursos na ampliação de alguns prédios, otimizou uma série de outros equipamentos, mas principalmente investiu pesado no setor de Redução. Dois novos prédios de cubas eletrolíticas foram construídos, ambos com 900 metros de extensão e cada um equipado com 125 novas unidades.

O então presidente da República José Sarney, visita as obras da nova fábrica, sob os olhares do jornalista Sérgio Brito e do engenheiro Edson Daniel

Se tudo corresse bem, a nova etapa seria concluída em julho de 1986. Correu melhor ainda. Em março daquele ano, mais precisamente no dia 18, como para compensar a falta histórica da primeira Fase, ninguém menos que o próprio Presidente da República, fez questão de cortar a fita simbólica. Seu nome: José Sarney, cujo orgulho, refletia em todas as suas manifestações de maranhense. Com a Fase II, as metas de produção de alumínio e alumina praticamente triplicaram: o primeiro passou de 100 mil para 245 mil toneladas/ano, enquanto a segunda beirou a casa de um milhão de toneladas.

FASE III – Três anos depois da entrada em operação da Fase II. Alcoa e Billiton decidiram: já era hora de uma nova fornada de capital na empresa. Entra em fase de construção a última das ampliações do Projeto Alumar, seqüencialmente chamado de Fase III. Outra vez a Redução ganhou prioridade nas ampliações. Mais dois prédios de cubas acrescentaram 145 unidades às 563 das duas fases anteriores, perfazendo um total de 608. Também foram ampliados os setores de cozimento de ânodos e lingotamento, construídos novos silos de estocagem de alumina e adquiridos outras unidades de retificadores, compressores, reatores e uma série de outros equipamentos fundamentais para os novos parâmetros de produção. A Fase III entrou em operação no dia 18 de setembro de 1990 catapultando a produção de alu-mínio para 345 mil toneladas/ano.

Com tamanha capacidade de produção, o Consórcio Alumar ratificou ainda mais sus posição de maior produtor de alumínio do país – posição já alcançada com â Fase II – situando-o entre as três maiores plantas do mundo. Uma das maiores e, seguramente, uma da mais eficientes. Nos últimos cinco anos a produção tem se mantido praticamente a mesma. Ou seja: 365 mil de alumínio e 1,25 milhão de alumina. Essa normalidade também se faz presente na área de importação das matérias primas utilizadas. A média mensal de navios no terminal portuário da empresa tem se mantido em 11,3 e seus números de movimentos de cargas e tonelagem sempre batem acima de 3 milhões de toneladas/ano.

As pilastras começam a surgir onde seria o futuro Terminal Portuário da Alumar

O PORTO – Construido de forma prioritária juntamente com a Fase I, o Terminal da Alumar está localizado na baía de São Marcos confluência do Estreito dos Coqueiros com o Rio dos Cachorros, a Oeste da Ilha de São Luís, tendo na margem oposta a Ilha de Taua Mirim. Com um canal de acesso de 5,5 kms – a partir do porto do Itaqui – apresenta uma largura mínima de 120 metros, sinalizado e balizado pela própria empresa.

O terminal tem capacidade para receber navios de até 50 mil toneladas, calando de 8 a 12 metros quando carregados. Apesar de ter sido projetado para operar em sua maior parte do tempo com descarregamento de matérias-primas, como bauxita, carvão, coque, piche, soda cáustica e carvão mineral, também foi concebido para operar com exportação.

Primeiro seria apenas a alumina excedente, distribuídas entre as empresas consorciadas de acordo com as cotas de cada uma na Refinaria. Depois, graças a sucessivas experiências, inclusive com colaborações de empresas estivadoras como Costa Norte e Pedreiras Transportes, pas-sou também a exportar o seu próprio alumínio. Os primeiros testes, feitos em dezem-bro de 1995, começaram de forma tímida, com 6,8 mil toneladas.

Essa prática atingiu seu mais alto grau de eficiência em 1998, quando mais da metade do alumínio produzido foi exportado pelo terminal da empre-sa. Até agora a empresa realizou 55 embarques de alumínio, sendo o maior deles de o de 28,5 mil toneladas. Para a Alumar, no entanto, exportar seu próprio alumínio ficou mesmo no terreno das experiências. Nesse caso, o principal produto a deixar o terminal é a alumina. A quase totalidade do alumínio produzido pelas empresas consorciadas deixa o Maranhão através do porto do Itaqui. Apenas uma pequena parte – menos de 10% – é transportada via rodoviária para o Sudeste do país.

A REFINARIA – A Refinaria é a parte da fábrica onde o milagre acontece. A bauxita – vermelha e barrenta – entra em seus digestores, atravessa milhares de metros de tubos, recebe banhos e mais banhos, é lavada e misturada com soda cáustica e, algum tempo de-pois, é branca como um açúcar e pura como uma tapioca. Todo o processo é controlado por um moderno sistema de computadores, garantindo assim a máxima eficiência dos equipamentos e um desperdício próximo de zero de matérias-primas. Um dos maiores artefatos da fábrica está na Refinaria. São os chamados precipitadores, com seus fantásticos 18 metros de diâmetros e 30 de altura. As caldeiras – em número de três – também se destacam pelo gigantismo. Juntas produzem 210 toneladas/hora de vapor, eficiência conseguida graças ao sistema de reinjeção de cinzas, processo até então inédito no Brasil. Isso não é tudo. Só nos trocadores de calor foram implantados o equivalente a 200 quilômetros de tubos de aço, ou quatro vezes o tamanho da rede do sistema Italuís.

O processo de fabricação da alumina consiste em cinco etapas a saber: moagem,digestão, classificação, precipitação e calcinação. Pronta, a alumina tem dois destinos: A maior parte segue para a Redução onde alimentará as cubas para fabricação do alumínio – na proporção de 2X1 – enquanto o excedente vai para os silos de estocagem na área do porto para ser ex-portado de acordo com os interesses de cada uma das empresas consorciadas. Enquanto Alcoa entrega sua cota para ser comercializada e exportada pela Abalco, a Billiton destina parte de sua alumina para a Valesul, no Rio de Janeiro, onde também produz alumínio em sociedade com a Companhia Vale do Rio Doce. O resto é exportado. No caso da Alcan são dois os destinos de sua alumina. Uma parte segue para a sua fábrica de alumínio primário em Aratu, na Bahia, enquanto a outra é exportada para o Canadá.

REDUÇÃO – Depois de percorrer mais de 1.890 kms em navios, de Trombetas, no Pará, até São Luís, no Maranhão, finalmente a bauxita encontra o seu destino mais nobre. Já foi carga de porão, passou por todas as fases da Refinaria, foi chamada de lama, se viu alumina e, finalmente, na Redução – terá o maior choque de sua vida é verdade – mas será para todo o sempre alumínio. Ali tudo beira o limite. A corrente elétrica é tanta que um linhão de 500 Kv foi construído só para alimentar as atuais 608 cubas eletrolíticas. Estas, por sua vez, consomem mais de 195 mil ânodos por ano, com média mensal de 16,2 unidades. Se no resto da fábrica os cuidados são sempre redobrados, na Redução são muito mais inda.

Antes de ganhar consistência sólida própria dos metais, o alumínio deixa as cubas em estado líquido sendo transportado através de recipientes chamados cadinhos com destino a área de lingotamento. Aqui ganha duas identidades: lingotes ou bacias, dependendo do cliente ou do país para onde será exportado. O primeiro formato é o mais usual. Qualquer que seja o escolhido, no entanto, o destino do alumínio vai ser sempre o mesmo. Será outra vez derretido para dar forma a um leque infinito de produtos, passando de uma prosaica panela de cozinha até as sofisticadíssimas fuselagens de aviões e naves espaciais.

FÁBRICA DO CONSÓRCIO DE ALUMÍNIO DO MARANHÃO – CRONOLOGIA

1980 – JULHO – O plantio de um ipê amarelo (Tabebuia serratifolia) foi o marco inicial para a construção da fábrica de Alumínío da Alcoa, no Estado do Maranhão.

1981- SETEMBRO – No dia 29 a multinacional Billiton Metais, então subsidiária da Shell, entra no canteiro de obras pela porta dos acionistas e inaugura o modelo de gestão chamado Consórcio.

1983 – JUNHO – O Presidente da República, General João Batista Figueiredo, acompanhado do empresário Se-bastião Camargo, visita o canteiro de obra da fábrica da Alumar.

NOVEMBRO – A fase de construção da Alumar atinge seu pique máximo de trabalho e de homens envolvidos: 15 mil só no canteiro de obras.

1984 – JANEIRO – Ao atracar no dia 17, car-regado de soda cáustica, o navio Alamoa inaugura o Terminal Portuário da Alumar e passa para a história como o primeiro de todos.

MARÇO – Chega ao terminal Portuário da Alumar, no dia 25, o navio Puffin Arrow, vindo de Trombetas, no Pará. É o primeiro carregamento de bauxita da história do Consórcio.

MAIO – É dada a partida da fábrica da Refinaria com meta de produção anual de 500 mil toneladas de alumina.

JULHO – Trinta dias antes da inauguração oficial, a fábrica da Redução entra em operação pra valer com a Fase I.

AGOSTO – No dia 16, os ministros Cesar Carls e Camilo Penna, juntamente com os caps do Con-sórcio Alain Belda, Abel Carparelli e Luiz Antonio Oliveira, inauguram a fábrica do Consórcio de Alu-mínio do Maranhão – Alumar.

1986 – FEVEREIRO – A fábrica de Redução deu partida da Fase II, elevando a produção anu-a/ de alumínio para 250 mil toneladas.

1990 – SETEMBRO – A Fase III da Redução entra em operação, atingindo as atuais 365 mil to-neladas de alumínio/ano.

1991 – OUTUBRO – Uma crise no preço do alumínio, o chamado “efeito Rússia”, obriga as em-presas produtoras – como a Alumar – reformular toda planilha de investimento para o biênio 1991 e 1992.

1992 – FEVEREIRO – A empresa canadense Alcan Alumínio se integra – na Refinaria – as ou-tras multinacionais Alcoa e Billiton e se torna a mais nova integrante do Consórcio Alumar.
1993 – JANEIRO – O Navio Júlia, no dia 05, entra para a história da Alumar como o milésimo a atracar no porto da empresa. Coque era o produto.

DEZEMBRO – A Refinaria atinge a produção de 1 milhão de toneladas/ano de alumina. No mesmo mês, Com o projeto” Programa de Emissões de Fluoreto” a Alumar conquista o prêmio de Excelên-cia Ambiental concedido pela Alcoa Mundial.

1994 – JUNHO
 – Depois de alguns testes, finalmente a Alumar realiza o primeiro embarque de alumínio pelo seu próprio terminal. O navio Puffin Arrows, de bandeira panamenha, deixa o porto car-regado com 5 mil toneladas (da Billiton) com desti-no ao Japão.

OUTUBRO – Um coquetel realizado pela Mansul, no convés do próprio navio, atracado no cais do Terminal da Alumar, serviu para comemo-rar a viagem inaugural do São Luíz.

1995 – ABRIL – A Alumar faz doação de 40 mil dólares para a UFMA utilizar nas despesas com a 47″ Reunião da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

JUNHO – Os Práticos de todo o país, reunidos em São Luís para o encontro Nacional da FRONAPE, visitam a fábrica da Alumar e conhe-cem o Terminal Portuário da empresa.

AGOSTO – A empresa Costa Norte testa pela primeira vez o içamento dos atados de alumínio diretamente das carrocerias dos caminhões. O na-vio foi o Pelican Arrows.

OUTUBRO – Um aporte de capital da ordem de 36 milhões de dólares começa a ser aplicado na Refinaria. Objetivo: otimizar ações, redimensionar equipamentos e elevar a produção de 1 para 1,3 milhão de toneladas de alumina.

1996 – JULHO – A Alumar inaugura o Parque Ambiental, uma área de preservação com 1 mil e 800 hectares de mata virgem, brejos e manguezais. Presentes a Governadora Roseana Sarney e o vice-presidente mundial da Alcoa na área de meio-am-biente, Rick Kelson e o Superintendente de Meio Ambiente, Maurício Macedo.

OUTUBRO – Com o carregamento do navio Kwi Arrow, o terminal da Alumar atinge a expressiva marca de 100 mil toneladas de alumínio exporta-das. Foi o 14° embarque do produto.

1997 – JANEIRO – Um cheque de 42,8 mil dólares é repassado pela Alumar ao Senai para financiamento do projeto projeto Cequal.

JUNHO – Um cabide de alumínio marca o inicio do projeto “Empresário do Futuro”, idealizado pela Alumar em convênio com o CEFET.

NOVEMBRO – Início da implantação do Alcoa Business System (ABS) na área de Eletrodos.

1999 – MARÇO – A Alumar faz treinamento intensivo, simulações, e anuncia está preparada para o bug do milênio.

2000 – JANEIRO – O engenheiro Luiz Carlos Fossati assume a Gerência de Operações do Con-sórcio e é o 5° funcionário da Alcoa a assumir o posto mais alto da fábrica Alumar.

MARÇO – Anunciada a construção de uma usi-na termo elétrica e duplicação da área do porto para os próximos anos. O capital previsto para os investimentos é superior a 1 bilhão de dólares.

ABRIL – Brasil 500 Anos. A Alumar faz o plantio simbólico de 100 mudas do pau brasil na área de fábrica. Também realiza mostra de quadros retra-tando a realidade dos índios brasileiros.

JULHO – A Alumar conquista a certíficação ISO 14001. É mais um reconhecimento internacional a sua premiada política de gerenciamento ambiental.

JULHO – Dia 31. A fábrica – incluindo operação e construção – completa 20 anos e se consolida como uma planta de referência no mercado mun-dial de alumínio e alumina.

AGOSTO – Dia 16. A data marca a inauguração oficial da fábrica, em 1984, pelos ministros César Carls e Camilo Penna e mais os executivos Alain Belda (Alcoa), Abel Carpareli (Billiton) e Luiz Antônio Oliveira (Consórcio Alumar).

QUEM É QUEM NO CONSÓRCIO DA ALUMAR

Abalco S.A – Fundada em 1995, quando passou a fazer parte do Consórcio Alumar, a Abalco S/A é uma Join Venture entre a Alcoa Incorporation e a multinacional australi-ana WMC.

No Brasil – Criada com a finalidade específica de comercializar alumina, é a mais nova integrante do Consórcio Alumar. Sua trajetória no Brasil é igual ao registro de criação: 01.01.1995. A sede da Abalco fica na cidade mineira de Poços de Caldas e tem escritório de representação em São Luís. Participação acionária no Consórcio Alumar: 18.9% na Refinaria.

Gerente Administrativo em São Luís: José Carlos B. Pires

Alcoa – Alumínio S.A – Fundadada em 1888, a Alcoa pos-sui no mundo inteiro 300 unidades operacionais e escritórios comer-ciais em mais de 36 países. Sua produção bruta anual de alumínio primário é de 22 milhões de tone-ladas e emprega 140 mil funcio-nários. Ao adquirir o controle acionário da Reynolds Metal Company – o segundo maior pro-dutor de alumínio do mundo – e a Cordant, a Alcoa se transformou num dos maiores conglomerados empresarias do planeta, com faturamento de 21 bilhões de dó-Iares por ano.

No Brasil – No Brasil a empresa mantém um escritório central em São Paulo e fábricas nas cidades de Alphaville, Sorocaba, Itajubá, Itapissuma, Lages, Poços de Caldas, Salto, São Caetano, São Luís, Tubarão, Utinga e Rio de Janeiro. Participa também na área de mineração em Trombetas, na Mineração Rio do Norte. Sua rede de distribuição de produtos acabados de alumínio está presente em quase todo país: Belo Horizonte, Curitiba, Campinas, Caxias, Fortaleza, Florianópolis, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São José do Rio Preto e Vitória. Participação acionária no Consórcio Alumar: 53.66% na Redução e 35.1 % na Refinaria.

Gerente Administrativo em São Luís: José Carlos Batista Pires

Alcan Alumínio do Brasil Ltda – Como uma das mais importan-tes produtoras de alumínio do mun-do, a Alcan – líder nacional no se-tor de laminados – está presente com escritórios e operações de produção em 30 países. Através de subsidiárias e associadas, a empresa domina todos os processos da cadeia produtiva do alumínio, indo desde a extração da bauxita até a linha de produtos acabados, vendas e reciclagem.

No Brasil – Sua trajetória nacional começou no ano de 1940, operando em três
estados: Bahia, na cidade de Aratú; Minas Gerais, em Ouro Pre-to e São Paulo, com três unidades: Mauá, Santo André e Pindamonhangaba. A empresa conta tam-bém com a participação em subsi-diárias como a Alumar, no Maranhão; Petrocoque S.A Indús-tria e Comércio, no Estado de São Paulo e a Mineração Rio do Norte, no Pará. A Alcan do Brasil regis-trou uma receita de venda em 99 de 355 milhões de dólares e sua produção de alumínio no ano pas-sado foi de 104 mil toneladas. Par-ticipação acionária no Consórcio Alumar: 10% na Refinaria.

Gerente Regional de São Luís: Carmem Romana Teixeira

Billiton Metais S.A – A Billiton é uma companhia com atividades diversificadas de mine-ração e produção de metais com sede em Londres e operações na África do Sul, Brasil, Austrália, Colômbia, Canadá, Moçambique e Suriname. Tem papel destacado na produção de bauxita, alumina, alumínio,cal, carvão, níquel, mangnês, cromo, titânio e outros metais não ferrosos como cobre, zinco e chumbo. Emprega 32 mil pessoas e seus ativos estão na or-dem de 9,5 bilhões de dólares.

No Brasil – A empresa opera no Brasil des-de 1972, com maior foco na produção de bauxita, alumina e alumínio. Participa no Consórcio Alumar tanto na Refinaria de Alumina, onde possui 35%, quanto na Redução de alumínio, com 46%. Também está presente na Valesul Alumínio S.A, produtor de alumínio localizado no Rio de Janeiro, onde possui 46% de participação em parceria com a Companhia Vale do Rio Doce e na Mineração Rio do Norte – mina aberta de bauxita no estado do Pará – com 15% das ações em parceria com diversas empresas como Alcan, Alcoa, CBA e CVRD. Mais recentemente, a empresa adquiriu participação de 2,1% na Companhia Vale do Rio Doce.

Gerente Comercial em São Luís: Daniel Mariano Vinent

DEPOIMENTOS DE PESSOAS QIE FIZERAM, OU AINDA FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DA ALUMAR

A seguir, destacamos trechos de depoimentos de representantes da Alumar publicadas no Jornal da Soamar, entre os anos de 1992 a 2000. Todas as entrevistas de autoria do jornalista Carlos Andrade, então editor do JS e agora igualmente editor do seu remanescente, o site www.postosma.com.br

Reinaldo Faray Júnior
Superintendente de porto da Alumar (
Março de 1992)

“Uma das características principais do projeto Alumar é o crescimento sistemático de suas metas. No início nosso terminal movimentava de quatro a cinco navios. A média agora está acima de 10 por mês”.

“A questão do aumento de produção é uma estratégia de mercado, visto não haver indicativo de aumento de consumo. Quanto a energia não teremos problema porque Tucuruí pode nos fornecer quantitativo superior ao nosso consumo atual”.

“Nosso canal apresenta uma formação atípica com elementos em suspensão. Por essa razão as cotas de profundidade são obtidas somente com leituras tipo gama-densimetro e obedecem a regras específicas”.

José Cilon Lages Filho
Gerente Comercial da Billiton (
Maio de 1992)

“As crises e os ciclos de econômicos atingem a todos os regimes de governos e a todas as empresas. Atualmente a Europa e os Estados Unidos estão em recessão. O Japão reduziu sua taxa de crescimento e como conseqüências, pesos pesados do porte da General Motor, IBM e City Bank tiveram os maiores prejuízos da história”.

“No caso da Shell/Billiton os planos de negócios e investimentos são feitos de cinco em cinco anos. No entanto o reavaliamento estratégico é feito a cada 12 meses. Não se trata apenas de sobreviver no mercado, mas também, e principalmente, captar as oportunidades da crise, pois como diz um velho ditado esquimó, só os cachorros da frente vêem a mesma paisagem”.

“O sistema portuário brasileiro é regido por uma legislação de cinco décadas. Portanto, cheia de vícios, entraves burocráticos, exportação de impostos, comprometendo, inclusive, a nossa participação no mercado mundial. Somos a oitava economia do ocidente, enquanto as nossas exportações representam apenas 0,9% das transações globais”.

José Rodolfo Lopes
Gerente de Operações da Alumar (
Julho de 1992)

“A Alcoa foi a mentora da idéia da fábrica, pois havia uma necessidade de expansão do seu alumínio primário e os estudos apontaram o Maranhão como o local ideal para sua construção. Estudos posteriores apontaram para a gestão tipo consórcio. A prática tem demonstrado ter sido essa a opção correta”.

“Além de ter instalações bem menores, a fábrica de Poços de Caldas é mais antiga em termos de tecnologia. Como conseqüência dessa vantagem, enquanto aqui na Alumar já estamos produzindo 350 mil t de alumínio a cada 12 meses, lá, a produção é de 90 mil toneladas”.

“O desenvolvimento da nossa fábrica tem sido muito bom, porém o preço do alumínio continua em baixa. Em todo o mundo as fábricas de alumínio estão operando com prejuízos. Devemos repetir os mesmos números da produção de 1991. Nesse momento, não perder, já representa um ótimo resultado”.

Marcel Popovic
Gerente Comercial da Billiton (
Dezembro de 1992)

“O estado de São Paulo consome 80% do alumínio no Brasil. Os demais estados do Sul respondem por mais 7 ou 8%, enquanto o restante da produção é diluída para todos os demais estados da Federação. O Rio de Janeiro, que tem uma participação insignificante nesse mercado, deverá aumentá-la (consumo e produção) com a inauguração da Almax”.

“Asssim como a Alumar, a Vale Sul também produz alumínio, mas por ter equipamentos e fundição diferenciada, sua produção é um pouco mais diversificada que a nossa. A Vale Sul produz também placas para laminação e bilits para extrusão”.

“A política está ainda recessiva. A economia americana cresceu muito pouco. A euripeia se manteve mais ou menos estável, equanto a japonesa registrou queda em sua taxa de crescimento. Apesar disso, a Billiton tem indicativos de investimentos para o ano de 1993, principalmente em suas unidades de produção”.


José Carlos Henrique Pereira Júnior
Gerente de Relações Públicas da Alumar (
Janeiro de 1993)

“Com a implantação da fábrica muitas ações foram se desenvolvendo a partir da convivência inevitável entre a Alumar e a comunidade. Como conseqüência, Alcoa e Billiton se preocuparam em investir mais na política de boa vizinhança”.

“A desinformação era tanta que as pessoas se questionavam se era muito difícil a escavação até se chegar ao alumínio, ou se a bauxita seria viabilizada aqui mesmo na Ilha de São Luís. Dentro desse mesmo raciocínio, uma pesquisa feita pela Vox Populis identificou questionamentos do tipo qual seria a temperatura ideal para se derreter as rochas de alumínio antes do lingotamento?”.

“Existe dois tipos de ecologista. Um é filósofo, poeta, sonhador. Sabe da existência da fauna e da flora, mas nunca vivenciou nada disso na prática, O outro é estudioso, preocupado, sério em suas convicções e honesto em suas atitudes. Este sim, faz bem o seu trabalho e sabe o que diz, pois tem responsabilidade pelo meio onde vive”.

Luiz Alberto Costa Rodrigues
Presidente da Associação da Alumar (
Julho de 1993)

“A associação do esporte com a imagem da empresa começou antes mesmo do início da operação da fábrica. Em 1980 já havia registrada uma entidade esportiva com o nome de Associação Feminina da Alumar. Mais tarde mudou para Grêmio Recreativo Esportivo Atenas. Somente em 1985 mudou para Associação Atlética Alumar”.

“Era pensamento nosso formar um intercâmbio esportivo com as demais fábricas Alcoa, mas esse projeto não se consolidou – pela distância e pelo tempo – no mínimo 15 dias – que uma competição desse porte iria consumir de cada empregado/atleta”.

“A sede social, no momento, é nossa maior prioridade. A ideal, ao meu ver, deverá ter duas piscinas, três quadras poliesportiva, um campo de futebol, um ginásio coberto e uma sede social. O terreno já existe, próximo ao restaurante Cheiro Verde, e espero que este sonho se torne realidade”.

Ronildo José Soares Carvalho
Superintendente de Porto da Alumar (
Dezembro de 1993)

“Um dos maiores desafios foi a manutenção do nosso canal de acesso, principalmente por falta de monitoramento da baía de São Marcos. Além disso, experiências adquiridas em outros canais, nem sempre podem ser aplicadas aqui com sucesso, dada a grande variação das nossas marés”.

“Dragamos o canal durante seis meses do ano. São operações intercaladas, acompanhadas com estudos de batimetria que tem nos permitido atingir a profundidade necessária com uma vantagem: os processos de assoreamentos estão mais lentos, o que nos desobriga de dragagens mais constantes”.

“O nosso terminal está direcionado para operações bem definidas. Operar com caras de terceiros, como sugere a lei, exigira por parte da empresa um redimensionamento dos equipamentos, o que demandaria em médio ou até mesmo longo prazo para ser concretizado”.

Sávio José Cé
Gerente Regional da Billiton (
Abril de 1994)

“A nossa empresa está em São Luís desde 1993 e tem contribuído significativamente com o desenvolvimento do Maranhão com investimentos superiores a 700 milhões de dólares”.

“A crise russa na verdade vai acabar premiando as plantas mais novas e mais eficientes. Por outro lado, sendo o mercado seletivo como é, irá ferir de morte as plantas mais antigas. Estas, alem de produzirem com custos nada competitivos, apresentam também altíssimos níveis de poluição”.

“A Billiton tem 46% das ações da Vale Sul, enquanto a CVRD REM 54%. Na Mineração Rio do Norte, principal fornecedora de bauxita para o Consórcio Alumar, nossa participação acionária é de 14%. Os outros donos da MRN são: Alcoa (12%), Alcan (12%), CBA (12%) e Vale do Rio Doce (40%)”.

Edson Daniel da Silva
Gerente de Operações da Alumar (
Junho de 1994)

“O processo de transformação do alumínio continua o mesmo há mais de 100 anos. A evolução se resume a alguns aperfeiçoamentos resultantes dos avanços conseguidos nas áreas das engenharias química, mecânica, elétrica, metalúrgica e, principalmente, eletrônica”.

“Há 20 anos o grau de excelência na produção de energia elétrica era de 85%. Hoje fala-se em 94%. Pode parecer pouco, mas no caso do alumínio onde o consumo de energia é muito grande, essa pode ser, de fato, uma conquista espetacular. Antes gastava-se 18 kilowatts/hora para se produzir um quilo de alumínio, hoje gasta-se 14Kx/h”.

“Não existe subspidio para o alumínio no Brasil. Na Noruega e nos Estados Unidos as fábricas fazem acordos com as empresas atrelando o valor pago pela energia com a variação do preço do metal no mercado internacional. No nosso caso, tanto a Alcoa como a Albras, temos um convênio semelhante com a Eletronorte”.

José Maurício Macêdo
Gerente de Meio Ambiente da Alumar (
Maio de 1995)

“Todas as pessoas que criticaram o projeto no seu início, na verdade prestaram um grande serviço a Companhia quando exigiam soluções e explicações para as acusações. Além disso, como responsável pelo setor do meio ambiente, e sendo maranhense, eu seria o primeiro a questioná-lo caso não estivesse convencido dos seus aspectos positivos”.

“Os níveis de produção, na Redução, estão bem próximos do limite. No caso da Refinaria ainda não passamos do módulo I. Com alguns investimentos, otimização das instalações no setor da Refinaria e, dependendo das oscilações do mercado, o Consórcio poderá até mesmo duplicar sua atual produção de alumina”.

“A ISO 14 mil é um conjunto de normas internacionais a serem implantadas a partir do próximo ano. Trata-se de uma poderosa ferramenta na área de gerenciamento ambiental, com repercussão direta na área comercial, considerando que o mercado internacional está cada vez mais exigente com a política de preservação do meio ambiente aplicadas nas fábricas de alumínio de todo o planeta”.

Nestor José Batista de Andrade
Gerente de Porto da Alumar (
Dezembro de 1995)

“Já realizamos 4 embarques de alumínio em nosso próprio terminal, com média superior a 6 mil toneladas. Podemos chegar até 10 mil, graças a um sistema – já testado com eficiência – em que os atados são içados pelos equipamentos dos navios, diretamente dos caminhões que os transportam do setor de lingotamento até a área do cais”.

“A tão festejada terceirização começou na Alumar antes até mesmo da inauguração da fábrica. No início de 84, o porto já recebia bauxita trazida por empresas contratadas. Tem mais: dragagem, batimetria, e uma série de outras atividades antes exercidas pelo nosso pessoal, agora é da responsabilidade de terceiros”.

“Ao ampliar em 23% a capacidade da Refinaria, logo estaremos produzindo 1,3 milhão de alumina. Como a cota de alumínio deverá ser mantida em 350 mil toneladas, todo excede retornará ao porto para ser exportada. Isso vai gerar um aumento de importação de bauxita e de soda cáustica, elevando a movimentação de cargas no porto em torno de 1 milhão de toneladas”.

Daniel Mariano Vinent
Gererente Comercial da Billiton (Fevereiro de 1997)

“As plantas hoje precisam se adequar para enfrentarem a crise. Todos devem estar direcionados a reduzir custos, e ao mesmo tempo, aumentar os níveis de produtividade. Trata-se de uma questão de sobrevivência e a Billiton sabe disso”.

“O país perde 5 bilhões de dólares por ano com exportação devido aos altos custos operacionais da rede portuária nacional. A recente autorização para os terminais privados operarem com cargas de terceiros, deverá obrigar os portos públicos a se modernizarem, conseqüência direta da nova e até então concorrência”.

“Da nossa cota de alumina no Consórcio, tirando o que será transformado em alumínio aqui mesmo, boa parte segue para o Rio de Janeiro, onde irá alimentar o smelter da Vale Sul, onde somos parceiros da Companhia Vale do Rio Doce. O restante excedente é exportado através do terminal da Alumar”.

Luis Carlos Fossati
Gerente de Operações da Alumar (Fevereiro de 2000)


“Passadas duas décadas, seria natural que o projeto fosse melhorado a partir da sua concepção inicial e também melhor entendido por parte das pessoas e da sociedade onde ele está instalado”.

“Não existe nenhum estudo para se aumentar a capacidade de calado do nosso porto. As obras de ampliação previstas deverão estar concentradas na ampliação da área do cais e na modernização de alguns equipamentos utilizados nas operações de carregamento e descarregamento”.

“Os projetos de investimentos para os próximos anos no Maranhão indicam um aporte de capital superior a 1,2 bilhão de dólares, divididos em dois projetos principais: expansão da Refinaria que ampliará sua produção de alumina de 1,3 milhão de toneladas/ano para 3 milhões e ainda a construção de uma usina termoelétrica com capacidade para 740 megawatts de potência”.