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Soamar, Syngamar e Emap promovem webinário sobre portos

Ainda como parte do convenio firmado entre a Soamar – Sociedade Amigos da Marinha do Maranhão – e a Emap, Empresa de Administração Portuária do Maranhão, administradora do porto do Itaqui, e desta vez com o apoio do Syngamar – Sindicato das Agencias de Navegação Marítima do Estado do Maranhão, foi realizado na última quarta-feira, 5, o I Webinário voltado exclusivamente para destacar as potencialidades do complexo portuário maranhense, sob o tema Peculiaridades do Complexo Portuário de São Luís.

Dividido em duas etapas, coordenadores e palestrantes se revezaram em 3 horas para um debate amplo e bem fundamentado dos mais relevantes temas com a categoria portuária, que, usando da ferramenta online, participou, prestigiou, e interagiu com o evento.

MESA 1: Debora Baessa, Emap/Itaqui; Ernani Muraro, COPORT e Sílvio Aguiar, Soamar/MA,

A primeira metade teve como tema Porto, Terminais e as Peculiaridades do Complexo Portuário de São Luís. Com a mediação de Debora Baesse, Gerente de Comunicação e Inovação da Emap/Itaqui, dois palestrantes – Ernani Muraro, presidente da COMPORT, e Sílvio de Oliveira Aguiar, presidente da Soamar/MA e Gerente Institucional e Setorial da Granel Química – se dividiram em explicar, questionar e sugerir soluções alternativas para os principais gargalos do complexo portuário tema do encontro.

Sílvio Aguiar trouxe à tona a questão da invasão urbana nas áreas dos portos organizados e ao mesmo tempo, destacou a aprovação do Plano Diretor de São Luís que deve, de uma forma bem mais ampla do ponto de vista das políticas e dos limites das cidades, contribuir para um equilíbrio desse tema que, se ainda não é, pode sim se transforma num grande problema num futuro bem próximo.

Em sua intervenção, sobre o tema, Ernani Muraro fez a clássica pergunta: “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha”. E assim emendou: “quem nasceu primeiro, o porto ou a cidade”. E claro que no Maranhão, tanto nos casos de Vale, Alumar e Itaqui, essas invasões ainda não se mostram graves, porém, existem. E explicou: “até por razoes de segurança, o ideal é que cada qual defina muito bem o seus respectivos perímetros, lembrando que no sistema ferroviário o “PARE, OLHE e ESCUTE” faz parte dessas preocupações para se evitar acidentes”.

Sílvio fez questão de destacar a importância do Porto do Itaqui em relação aos outros portos da região Norte e Nordeste, uma vez que tudo que de transporta de navios, seja combustível, biocombustível, grãos e carga geral, passa pelo principal porto público da capital maranhense. Nesse tipo de mercado, completa ele: “O porto do Itaqui se fez por merecer cada avanço pelos seus próprios méritos. Investindo em infraestrutura e capacitação de uma mão de obra na mesma velocidade que se impõem as demandas portuárias atuais”. O Itaqui também foi citado como pioneiro nesse processo evolutivo, seguido pelos terminais de Vale e Alumar que muito contribuíram pela qualidade da mão de obra que, aqui chegando, agregaram conhecimento e produtividade em toda cadeia de ação e produção portuária.

Ainda no tema segurança, Ernani Muraro chamou atenção para a grande responsabilidade das empresas de prestação de serviços que operam no Itaqui, Vale e Alumar. Para ele, as normas de segurança, cada vez mais rígidas, ajudam e muito para uma atividade portuária segura e de resultados relevantes em termos de qualidade e produtividade. O mérito do Itaqui está nos números, afirma Ernani: “Enquanto o Brasil cresce 2,7%, o Maranhão tem resultados 2 vezes e meia superior a média nacional”.

Entre os gargalos apresentados pelos dois palestrantes está o problema “quase insolúvel” do trânsito na principal avenida de acesso ao complexo portuário que representa sérios e vultosos prejuízos quando se observa toda cadeia de consumo das atividades além do perímetro portuário. “Esse tipo de problema seria facilmente solucionado com ações pontuais do poder público”, afirma o presidente da Soamar/MA.

Sobre a qualificação e divulgação das atividades portuárias, Silvio Aguiar citou o convênio firmado Soamar/Emap que prevê uma série de atividades voltadas de forma para esse fim. Caso do próprio webinário, encontro de Capitães dos Portos no Maranhão e visitas de estudantes e escoteiros à sede da Soamar e ao Museu Marítimo. “O nosso diretor Márcio Vaz dos Santos tem tido uma participação da maior importância ao receber jovens de todas as idades e despertar, em cada um, uma mentalidade marítima que possa garantir o futuro desse importante, se não, o mais importante setor da economia do país”, concluiu.

A mediadora Debora Baesse, lembrou também que a Emap – leia-se Porto do Itaqui – tem diversos projetos nesse sentido, trazendo a comunidade para dentro da área portuária. O Programa Farol do Itaqui, por exemplo, diz ela, recebe formandos com bolsas pagas de forma integral pela Emap. “No forno, estamos finalizando um novo projeto que será voltado integralmente para o Ensino Médio, atendendo alunos e professores”, completou.

MESA 2 – Anita Machado, MGA; Carlos Frisoli, Farol Operações e Lídia Pflueger, SYNGAMAR.

No segundo momento, que teve como moderadora Anita Machado, sócia da Machado Gomes Advocacia, coube aos palestrantes Carlos Roberto Frisoli, sócio da Farol Operação de Portos e a presidente do Syngamar, Lídia Pflueger Pereira dos Santos, discorrem juntos o tema Players, Perspectivas e Desafios do Complexo Portuário de São Luís.

Em sua explanação recheadas de elogios e críticas construtivas, Carlos Frisoli traçou um retrato amplo e real das potencialidades do Complexo de São Luís, respaldado por uma experiência de 43 anos de serviço portuário, tanto na capital maranhense, quanto em portos expressivos do país. A tese comum da eficiência administrativa da gestão Ted Lago a frente da Emap voltou a cena, “com destaque para o profissionalismo com que executou desafios e conquistas do Itaqui, tendo como consequência a credibilidade nacional que nosso Complexo Portuário tem no mercado portuário”, afirmou.

Frisoli chamou atenção para que as ações portuárias, e seus portos, sejam mais divulgados junto a sociedade. Para ele, o setor é desconhecido para a maioria das crianças, o que não ocorre em países como Espanha, Estados Unidos, Holanda, China e Japão, por exemplo. Outro pronto positivo da gestão Emap, segundo ele, foi a proximidade do Maranhão com Brasília. “A capitão do Brasil é Brasília, independente de Governo, e o Itaqui tem sabido se aproveitar bem desse link por demais necessário”.

Para o sócio da Farol Operações de Portos, é preciso se rever urgentemente algumas concessões portuárias. E cita o setor de dragagem e aquovias como exemplo. Diz ele: “berços são de responsabilidade do setor público, mas a administração destes cabe a iniciativa privada”. Otimizar o espaço portuário é um desafio para os próximos anos, o que, segundo ele, já acontece em portos de referência, como Paranaguá. No caso do Itaqui citou a Granel Química como um bom exemplo dessa otimização, considerando que está fora da área dos cais. “Berços são para operação portuárias, não para abrigar prédios administrativos”, discordou.

Finalizando, Frisoli chamou atenção para a necessidade urgente da administração do Itaqui criar um projeto que há muito se faz necessário voltado para a malha ferroviária que existe no Itaqui. Para ele, “apesar da importância fundamental na logística de importar e exportar produtos representado pelos trens, não se investiu um único centavo que resultasse em melhoria do sistema”.  Ele cobrou também a imediata implantação de uma unidade esmagadora de grãos, pois o Estado tem demanda de produção agrícola significativa, mas não tem sabido agregar valor a soja que produz. E profetizou: “O Itaqui será, daqui a alguns anos, o porto do agronegócio”,

Lídia Pflueger abriu sua fala destacando que o Agente Marítimo, categoria da qual ela é a atual presidente, representa o elo entre armador, consignatário e autoridades marítimas. “Nossos filiados são os verdadeiros mandatários de todos aqueles que representando o transportador marítimo efetivo, contrata, e em nome deste, serviços e facilidades portuárias, ou age em nome daquele perante as autoridades portuárias competentes ou perante ou perante os usuários”. Ela lembra “que proteger a informação do cliente é o nosso maior bem”

Com uma carteira de 43 empresas filiadas, o Syngamar tem por missão manter um estreito relacionamento com as autoridades portuárias, como Policia Federal, Receita Federal, Anvisa, Marinha do Brasil e Autoridades Portuárias. “Quero aqui destacar e agradecer o nosso salutar relacionamento com o Comandante Januário, Capitão dos Portos do Maranhão”, afirmou a presidente do Syngamar.

Entre as singularidades do Complexo Portuário de São Luís, Ela destacou o fluxo das marés, horários definidos por normas sob as quais o Agente precisa respeitar – definidas pela Marinha representada pelo IV Distrito Naval e a Capitania dos Portos do Maranhão – e a segurança da navegação.

Entre os principais desafios da atual gestão do Syngamar, foram elencados fluxo de informação em tempo real, melhor aproveitamento das redes sociais, elevação do nível de qualificação técnica e tornar a categoria cada vez mais reconhecida. “Nós precisamos estar preparados para o futuro que nos aguarda. Hoje temos um porto e dois terminais, amanhã teremos cinco ou seis. Os navios, por sua vez, têm aumentado em quantidade e dimensões, o que nos obriga antecipar ações que nos qualifiquem para o que virá. Até mesmo as atuais áreas de fundeio precisam ser repensadas. Por isso estamos investindo cada vez na qualificação de profissionais da área e firmamos convênio com a Fenamar para administração de cursos formadores com bolsas totalmente pagas pelo Syngamar”.

Por fim, a presidente do Syngamar afirmou que esse processo de otimização de mão de obra e serviço é uma viagem sem volta e todos precisam se qualificar. Esse esforço concentrado está exemplificado no selo de qualidade Fenamar conquistado por duas filiadas: Harms & Cia, e Unimar. Por fim Lídia agradeceu a todos que participaram do webinário, em especial ao Capitão dos Portos e as entidades parceiras. Caso da Soamar e da Emap.

Comentários de alguns dos participantes do webinário

“Como vc falou Silvio. O Itaqui é um Porto de uma grande região produtora que abrange vários estados do Brasil e assim deve ser encarrado por todos os players e pelo poder público”

“Temos ai um ambiente físico que necessita de muita cautela, me refiro aos nossos manguezais”

“A despeito dos grandes grupos Odfjell, Alumar, Vale, Petrobras, Ultra e outros – precisa-se muito de praticar o capitalismo consciente”

“Debora, sugestão criar um projeto Porto Escola, efetuando visitas e apresentações para escolas públicas do ensino médio e da quinta série em diante”

“Todo adolescente se encanta ao ver a grandiosidade de um porto. Isto desenvolvera a vontade e o interesse destes jovens a entrar nesta atividade”

“A evolução natural do Itaqui é utilizar o modal ferroviário para internalizar ou exportar cargas. Mas, quando houver uma saturação desta  e com as margens da ferrovia Norte Sul habitadas – teremos justificativas de construir duto para movimentação de líquidos”

“Realmente esta questão ferroviária do Itaqui precisa urgentemente ser discutida Frisoli”

“Gostaria de parabenizar a parceria Soamar/Syngamar/Emap por este evento sensacional, trazendo debates extremamente relevantes para a comunidade portuária. No mesmo sentido, gostaria de evidenciar a excelente iniciativa de oferecer aos jovens as bolsas para o curso de formação em agenciamento marítimo. Precisamos de mais projetos no mesmo sentido, que ofereçam conhecimento e capacitação no âmbito marítimo e portuário”

 

Fonte – Texto e fotos: Carlos Andrade, da Redação