A VLI – companhia de soluções logísticas que opera terminais, ferrovias e portos – começa a realizar, neste mês de agosto, os embarques para exportação da safra recorde de milho prevista para 2023, a partir do Terminal de Produtos Diversos (TPD), localizado no Complexo de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo. O escoamento dos polos produtores, principalmente Minas e Goiás, é feito pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que atende à demanda dessas regiões pelo corredor Leste.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de milho no Brasil na atual safra será em torno de 125,5 milhões de toneladas, um aumento de 12,4 milhões de toneladas em relação à safra anterior, sendo aproximadamente 50 milhões para exportação. Para atender à demanda crescente, o TPD é peça-chave no sistema integrado que atende o agronegócio brasileiro, com capacidade para movimentar seis milhões de toneladas de grãos para exportação. Situado no maior complexo portuário privado do Brasil, o terminal recebe 20% do volume de commodities movimentado pela VLI.
Para atender à demanda da região Sudeste, a companhia também utiliza o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), situado na margem central do Porto de Santos, que recebe carga da FCA pelo corredor Centro-Sudeste. “Trabalhamos a flexibilidade dos dois portos (TPD e Tiplam) para otimizar a utilização de ambos os corredores, já que os embarques acontecem até o final do ano”, explica o gerente-geral de Operações do Sistema Sudeste da VLI, Denilson Fernandes.
O volume expressivo da atual safra de milho também passa pelo Terminal Portuário São Luís (TPSL), da VLI, localizado no Porto de Itaqui, na capital maranhense. O terminal, que possui vantagem competitiva devido à sua localização estratégica, próxima da rota marítima com Europa e os Estados Unidos, também já realizou os primeiros embarques em julho. Além desses mercados, o milho, que é escoado pelo corredor Centro-Norte, pela Ferrovia Norte-Sul (FNS) atende ainda os mercados asiático e sul-americano.
Inovação e flexibilidade – No corredor Leste, foi implementado no TPD o Sistema de Planejamento de Embarque e Desembarque de Navios (Speed), para promover mais eficiência nas operações de carga e descarga dos navios. Antes da utilização do software, o plano de desembarque de navios era feito exclusivamente pelo capitão, com foco na estabilidade da embarcação, sem levar em conta o tempo necessário para a conclusão da operação. A utilização da ferramenta alcança uma estimativa de ganho de aproximadamente duas horas por navio, o equivalente a 90 horas operacionais por ano.
Com essa iniciativa, criada nas jornadas de intraempreendedorismo da VLI, a companhia se tornou pioneira na proposição de planos de embarque e desembarque, considerando a capacidade operacional dos portos, os interesses dos clientes e garantindo a estabilidade e a segurança dos navios, de forma personalizada para cada embarcação. O sistema é capaz de propor planos de desembarque ou embarque mais eficientes, permitindo a redução no tempo de operação, gerando maior capacidade de movimentação de carga nos portos da VLI.
Diante dos desafios trazidos ao setor portuário pelas safras, a companhia também desenvolveu o sistema flex no Tiplam, para otimizar a movimentação de commodities que chega nas composições. A inovação permite o recebimento simultâneo de diferentes comodities do agronegócio, aumentando a capacidade de armazenamento e reduzindo gargalos, como a fila de espera dos navios que aguardam carregamento. O sistema aproveita as ociosidades que ocorrem ao fim dos picos da produção de soja e açúcar, para receber o milho.
Até meados de 2020, os sistemas do terminal eram cativos, com rotas dedicadas exclusivamente a determinados produtos. “O sistema flex permite priorizar as cargas conforme a fila dos navios, atendendo grãos ou açúcar de forma equilibrada, otimizando a gestão do retroporto e eliminando gargalos desde o recebimento, armazenamento, até o embarque para exportação. Essa inovação permite o manuseio de produtos diferentes ao longo do ano conforme a safra, sem impurezas, mantendo o compromisso com a qualidade”, explica Fernandes. Na foto o Complexo TPD do Porto de Tubarão, no Espírito Santo.