Em mais uma concorrida cerimônia cívico-militar, ainda em comemorações pela Semana do Marinheiro, a Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos do Maranhão, que tem como Comandante o Capitão de Mar e Guerra Alessandro Domingos Gurski, realizou, em São Luís, na sede campestre do Bairro Jenipapeiro, a solenidade alusiva ao Dia do Marinheiro, comemorado em todo o pais no dia 13 de dezembro.
O momento especial começou com a execução do Hino Nacional Brasileiro, em seguida as leituras – feitas pela Vogal, a Tenente Fonteles – das mensagens alusivas a data dos Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen e do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho. (Leia íntegra dos discursos no final da reportagem).
A cerimônia prosseguiu com a imposição das medalhas do Mérito Militar, Mérito Saúde Naval e Mérito Acanto. Com Medalha e Passador de Ouro foram agraciados, pelos bons serviços prestados por mais de 30 anos prestados à Marinha, Jean Marcelo e Rogério Costa dos Santos. Com Medalha e Passador de Prata, também foram agraciados, pelos bons serviços prestados por mais de 20 anos prestados à Marinha, Jacielton Costa Rodrigues, Fabrício Santana Ribeiro, Givanildo Moura Dias e Danilo Fernando Silva Corrêa. A Medalha de Mérito Saúde Naval foi entregue a Carlos José Alves dos Santos. E ainda, também por relevantes serviços à Marinha, foi condecorado com a Medalha de Acanto, com duas folhas de acanto e passador em bronze, Jodson Jacques Silva Ferreira. As condecorações prosseguiram com a promoção de Marcos Guilherme Silva, de Terceiro, para Segundo Sargento.
A parte seguinte, ou civil do evento, destaques para as três melhores redações dentro da Operação Cisne Branco, que tem a finalidade de despertar na comunidade jovem escolar a mentalidade marítima. Foram agraciados com premiação e Diplomas as alunas do Centro Educa Mais Força Aérea Brasileira:
1º lugar – Davyla Sofia da Silva Batista.
2º lugar – Jeniffer Gabrielle de Sousa Ramos.
3º lugar – Layla Camila Lima.
Por fim, o Capitão dos Portos do Maranhão, CMG Gurski, acompanhado do presidente da Somar, Sílvio Lúcio Aguiar, fez a entrega da Medalha Amigo da Marinha a três novos agraciado:
– Clovis Martins de Souza, Coronel Aviador e Diretor do Centro de Lançamento de Alcântara;
– Tenente Coronel Luís Roberto Pereira do Lago, Comandante da FEISP/MA;
– Manuel Mamedes Selares, Procurador Chefe da Coordenadoria do Trabalho Portuário.
A cerimónia foi encerrada pelo Capitão dos Portos que, em breves palavras, agradeceu aos presentes, elogiou a trajetória marinheira dos seus comandados pelas horarias e promoções recebidas. “Quero destacar cada marinheiro pelo seu dia e enaltecer a garra, determinação e patriotismo com que se dedicam a nossa Marinha. Também uma palavra de agradecimento especial ao seus familiares pelo apoio fundamental, e necessário, a carreira de cada um dos senhores. A Soamar Brasil na pessoa do seu ex-presidente Orson e a Soamar do Maranhão, do presidente Sílvio. Também quero agradecer aos três novos Amigos da Marinha, agora diplomados, na certeza que cada um continue fazendo o que a Marinha espera de cada um deles. A divulgação das atividades da instituição e sua real e honrosa participação junto a sociedade civil brasileira`, concluiu o Comandante Gurski.
Após os agradecimentos as instituições parceiras e patrocinadoras do evento, como a Empresa Maranhense de Administração Portuária – Emap, Mineradora Vale, Sindicato dos Operadores Portuários do Maranhão – Sindomar, Sindicato das Agências de Navegação – Syngamar, Associação dos Práticos do Estado do Maranhão – Apem, GMS Serviços Marítimos, Sociedade Amigos da Marinha – Soamar e Smart Pilotes, foi servido um coquetel. Veja as fotos:
DISCURSOS
Palavras do Almirante de Esquadra e Comandante da Marinha
MARCOS SAMPAIO OLSEN
Mensagem do Comandante da Marinha por ocasião do Dia do Marinheiro – Brasília, DF, 13 de dezembro de 2024.
“Do mar viemos, e dele dependemos.”
Assertiva atemporal, remete à origem e destino de Nações, cuja vocação marítima determina seus desígnios. Fulcro de descobertas e epopeias que moldaram civilizações, o MAR, fator diferenciador no processo de evolução da humanidade, possibilitou aos Países a consolidação de progresso, prosperidade e projeção político-estratégica. Para o Brasil, não se delineou de forma distinta. Desvelado pelas grandes navegações, mantém vínculo que transcende o aspecto geográfico; integra, sobretudo, a identidade de uma Nação intimamente vocacionada às “Coisas do Mar”. As águas que o abarcam figuram berço da história e fonte inesgotável de recursos vitais à pujança econômica; ademais, despontam como vetor de aspirações estratégicas e protagonismo geopolítico. Sobressai, nesse contexto, símbolo incontroverso da identidade marítima brasileira, Joaquim Marques de Lisboa, Marquês de Tamandaré, materialidade de bravura e abnegação na defesa dos interesses do Estado.
Nascido em 13 de dezembro de 1807, ascendeu ao ofício de “Homem do Mar” aos 15 anos, período em que o Brasil se consolidava como Estado soberano. Seu batismo de fogo, que marcou exímia singradura como herói nacional nas águas do Rio da Prata, durante a Guerra da Cisplatina, revelou o prenúncio de sucessivos episódios que eternizariam seu nome nas páginas indeléveis da história, despeito de longeva e distinguida carreira, o comprometimento, resiliência e simplicidade, manifestos nas derradeiras palavras, ao denominar-se “Velho Marinheiro”, traduzem exemplo de dignidade e altruísmo. Virtudes que, afora de perpetuar legado para gerações de Marinheiros, Fuzileiros Navais e Servidores Civis, reafirmam inestimável valor de uma vida dedicada à “Pátria amada, Brasil”. Ao esmiuçar o emprego da Força Naval no passado, suscita-se a reflexão acerca das necessidades prementes e dos desafios que se perfilam no porvir. Instituição de Estado, de natureza nacional, permanente e regular, a Marinha do Brasil, alicerçada nos princípios consagrados pela Constituição Federal e com ações pautadas pela estrita observância de valores éticos e plena transparência, cumpre a missão precípua e indelegável de Defesa da Pátria e da garantia dos Poderes Constitucionais.
Caracteriza-se, portanto, desmedido patrimônio, fundamental para a estabilidade e salvaguarda da soberania do Estado, em sintonia com os anseios da sociedade. Diante de uma conjuntura adversa, a Marinha do Brasil, com criteriosa alocação dos recursos disponíveis, credita no capital humano o fundamento essencial para o cumprimento de suas atribuições, assim como para a obtenção e manutenção de capacidades requeridas. O impeto, que perdura na conduta exemplar do Almirante Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil e Herói da Pátria, fulgura na superação de obstáculos, inspirando homens e mulheres, na atualidade. Herança imaterial, que cultiva moralidade elevada e discernimento indispensável para enfrentar os infortúnios, revela o que há de mais sublime na Força Naval: o espírito marinheiro, a crença na Instituição e o amor à Pátria.
Momento solene, sustentado por valores tão caros aos “Homens do Mar”, reitero os mais elevados protestos de reconhecimento e apreço aos agraciados com a Medalha Mérito Tamandaré. Honraria, destinada àqueles que demonstraram notável contribuição à Instituição; encerra, em essência, o espírito indômito do “Velho Marinheiro”, cuja iniciativa e liderança ressoam na alma daqueles que destinam avida ao bem comum. Assim, pertinente mencionar que, não obstante as adversidades que o MAR impõe àqueles que nele singram, a Marinha do Brasil persistirá em navegação venturosa, com os mares que vierem, preservando a camaradagem, destacado espírito de sacrifício e zelo. Auguro que os militares e servidores mantenham proa firme, inspirando-se nos exemplos de Joaquim Marques de Lisboa, cuja inabalável coragem e devoção ao ofício imortalizaram-se na memorável asserção: “Sou Marinheiro e outra coisa não quero ser!”.
“Na vanguarda que é honra e dever.”
Tudo pela Pátria e pela “invicta Marinha de Tamandaré”!
Palavras do Ministro de Estado da Defesa
JOSÉ MÚCIO MONTEIRO FILHO
Com grande satisfação celebramos, em 13 de dezembro, o Dia do Marinheiro, rendendo uma justa homenagem àqueles que formam o maior patrimônio de nossa Força Naval: todos os homens e mulheres que, ao se dedicarem diariamente em seus afazeres, materializam a presença do Estado brasileiro e a defesa dos interesses nacionais em nossos mares e rios. Inspirados pelos exemplos de dedicação, coragem e patriotismo deixados por seu patrono, o Almirante Tamandaré, Marinheiros, Fuzileiros Navais e Servidores Civis trabalham pautados pela determinação e comprometidos com as demandas do povo brasileiro, mesmo que submetidos às peculiaridades e exigências da vida no mar, além dos constantes afastamentos da família.
Por executarem um trabalho silencioso e, fisicamente, muitas vezes, sem a devida visibilidade para a sociedade, faço questão de assegurar que estamos encerrando um ano de muitas realizações. Recentemente, tivemos grandes “entregas” na Marinha. Nossa Esquadra já conta com dois submarinos modernos e, muito em breve, veremos a chegada em nossa Força Naval das Fragatas Classe Tamandaré, dos outros Submarinos Classe Riachuelo, dos Navios Patrulha de 500 Toneladas e do Navio Polar. Na verdade, todas essas iniciativas proporcionarão melhores condições para o nosso pessoal e recursos tecnológicos mais avançados para que os integrantes da Marinha prossigam patrulhando nossa Amazônia Azul, protegendo nossas riquezas, combatendo a pesca ilegal e os crimes ambientais, buscando e salvando pessoas e embarcações, realizando levantamentos hidrográficos, apoiando pesquisas e socorrendo tripulantes de qualquer nacionalidade, em pontos tão remotos do Atlântico, que apenas a conjugação do emprego de navios e de helicópteros permitem o cumprimento dos nossos compromissos internacionais.
Dentre os desafios superados em 2024, precisamos mencionar as Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, bem como no Lago de Itaipu, onde Marinheiros e Fuzileiros Navais, praticamente durante todo o primeiro semestre, evidenciaram o valor da mobilidade e da prontidão. Também na Cúpula de Líderes do G-20, em novembro último, tais capacidades mostraram-se valiosas uma vez mais para o êxito desse grande evento internacional. Quando o Rio Grande do Sul enfrentou a tragédia decorrente das fortes chuvas que atingiram o estado, a Marinha não mediu esforços, ao se mobilizar e deslocar seus principais navios para o Sul, ativando uma robusta estrutura logística, transportando toneladas de donativos e empenhando significativos efetivos que lá permaneceram por longos períodos, levando solidariedade e apoio ao povo gaúcho.
Diante das drásticas reduções nos níveis dos rios, causadas pela severa seca no Norte do país, os militares responsáveis pela Segurança do Tráfego Aquaviário e nossos hidrógrafos foram obrigados a adotar medidas extraordinárias, a fim de mitigar os impactos na navegação, essencial para o abastecimento das principais cidades da região. As longas ações de assistência hospitalar conduzidas nas regiões ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal, pelos “Navios da Esperança”, já fazem parte do cotidiano das populações locais, graças ao esforço de tantas tripulações e dos profissionais da Saúde. No cenário internacional, a Marinha do Brasil, por meio do competente trabalho de seus integrantes, contribuiu para uma maior projeção de nosso país, apoiando a Política Externa, fortalecendo os laços de amizade e cooperação com outras Marinhas, conforme foi verificado na 31ª Conferência Naval Interamericana, com a participação de 19 países; na Operação UNITAS – exercício marítimo multinacional, realizado deste 1960; e na Operação Formosa que contou com a presença de representantes de 10 países.
É igualmente motivo de grande orgulho e digna de menção a crescente presença da mulher brasileira em nossa Força Naval, tendo, em 2024, ocorrido a pioneira participação de jovens do sexo feminino no Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, na condição de combatentes profissionais. Não posso deixar de destacar também a transversalidade e a contribuição das atividades da Marinha com o desenvolvimento do país em diferentes áreas da vida nacional, como no campo científico, por meio do PROGRAMA ANTÁRTICOBRASILEIRO e do PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA, onde nossos engenheiros, técnicos e pesquisadores desenvolvem um trabalho de valor inestimável. Graças às excelentes condições de segurança da navegação proporcionadas pelo contínuo e vigilante trabalho dos profissionais da nossa Marinha é que nossa produção pode ser exportada e alcançar patamares cada vez mais expressivos, que trazem prosperidade para o nosso povo e contribuem com a economia nacional.
Diante de todas essas realizações, registro meus cumprimentos ao Comandante da Marinha, Almirante Olsen, por sua condução segura desse extenso rol de atividades e pelos resultados alcançados pelos militares e servidores civis da Marinha em benefício do povo brasileiro. Faço especial agradecimento ao Presidente Lula, que se mostra sempre solícito para as necessidades das nossas Forças Armadas e demonstrando permanentemente sensibilidade para compreender as peculiaridades da profissão militar. Aos homens e mulheres do mar, veteranos e da ativa, ao reconhecer os resultados alcançados por todos, valorizamos a dedicação e o trabalho competente de cada um, convictos de que todas as atividades são imprescindíveis. Sabendo que dentre elas, entretanto, está confiada a mais nobre e aquela que é intransferível: a Defesa da Pátria. Por isso, parabenizo-os pela opção que fizeram de “servir ao Brasil no mar”, incentivando-os a prosseguirem norteados pelo elevado profissionalismo, explorando suas vocações e mantendo esse acentuado senso de dever.
VIVA A MARINHA!