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FIEMA promove lançamento de publicação sobre o “Arco Norte”

De autoria dos professores doutores Allan Kardec Duailibe Barros Filho e Ronaldo Carmona, a publicação é um “Estudo de Opções para um novo ciclo de desenvolvimento do Maranhão em duas décadas”.

Nesta sexta-feira (16/8), a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) promoveu o lançamento do livro “Estudo de opções para um novo ciclo de desenvolvimento do Estado em duas décadas: Arco Norte”, dos autores Prof. Dr. Allan Kardec Duailibe Barros Filho e Prof. Dr. Ronaldo Carmona. O estudo nasceu no Grupo de Trabalho “Pensar o Maranhão”, uma iniciativa da FIEMA, e conta com o apoio do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

A obra, construída a partir de um estudo detalhado, se propõe a descobrir caminhos e apontar horizontes para as transformações estruturais necessárias à economia do Maranhão. Com base nas vantagens e potencialidades do estado, o objetivo é reduzir a distância econômica e social que o separa de outras regiões do país, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e maior inserção na economia global.

O professor Alan Kardek, Edilson Baldez, Luiz Fernando Renner e Ronaldo Carmona

Para o professor Carmona, um dos autores, o estudo agora dospinibilizado atende ao debate dos últimos cinco anos de desenvolvimento do Maranhão para as próximas duas décadas. “A FIEMA é um Sistema que articulou a academia, o setor produtivo e o governo para discutir os potenciais de futuro do Maranhão. Entendemos a capacidade do Maranhão ser um dos centros logísticos ou centro logístico do Arco Norte, o amplo potencial em termos de energia, tanto de renováveis quanto do que a gente chama de pré-sal maranhense, o potencial em termos do agro, que o MATOPIBA, em especial, a pujante região de Balsas, já é realidade e, por fim, a possibilidade de industrialização do Maranhão, a partir dos seus fatores, das suas condições naturais que permitem, inclusive com base na abundância de energia, esse processo de industrialização. Nós agradecemos e parabenizamos o Sistema FIEMA pela possibilidade, pela oportunidade de desenvolver esse estudo, que eu tenho certeza vai contribuir bastante para o debate do desenvolvimento do Maranhão nas próximas duas décadas”, reiterou.

Para o professor Alan Kardec – que divide a autoria do trabalho o estudo projeta um horizonte de duas décadas, traçando cenários que visam transformar o Maranhão em um dos polos mais dinâmicos do crescimento brasileiro, focando nos vetores logísticos, agronegócio, energético e industrial, a pesquisa examina como essas áreas interligadas podem ser desenvolvidas para impulsionar o estado. “A nossa previsão é que, em duas décadas, o Maranhão pode se tornar um polo agregador tanto na área logística, de exportador de grãos, exportador de minério, quanto na área de energia, como a exuberante zona de produção de petróleo e gás do Brasil”, afirmou.

O presidente da FIEMA, o empresário Edilson Baldez das Neves, explicou que o estudo é uma série de sugestões discutidas no Grupo de Trabalho “Pensar o Maranhão” que tomou a iniciativa de contratar dois especialistas para essa pesquisa. “A proposta principal foi explorar os grandes vetores do desenvolvimento deste rico território, com ampla base em seus recursos naturais e minerais, nas oportunidades criadas com a infraestrutura dos modais rodo-ferro-portuário existentes. O estudo é uma obra que contribuirá para colocarmos em prática ações que ajudem no crescimento do nosso estado. O Sistema FIEMA reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do estado”, destacou.

O vice-presidente executivo da FIEMA e coordenador do Pensar Maranhão, Luiz Fernando Renner, afirmou que a obra é voltada para sugerir caminhos a serem tomados pelo governo, pela iniciativa privada, visando o desenvolvimento do Estado. “Foram analisadas principalmente quatro vertentes, e a gente entende que esse livro vai contribuir para a análise das potencialidades que o estado tem, das possibilidades de investimentos e atração de novas indústrias para o Maranhão, enfim, é uma contribuição que a Federação das Indústrias, o SESI e o SENAI, dão para a comunidade empresarial e científica”, afirmou.

Ainda na programação, o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), Gilberto Lins, ministrou a palestra “As potencialidades do Porto do Itaqui e sua importância econômica para o Arco Norte Brasileiro”. “O Arco Norte do Brasil, essa grande região pujante de desenvolvimento agrícola está ligada com o Porto do Itaqui, o maior porto público da região e uma peça-chave para o desenvolvimento econômico do Maranhão. Hoje apresentamos todos os projetos do Porto, todos os investimentos que estão sendo feitos no Itaqui para gerar mais desenvolvimento para o Estado do Maranhão.

Estiveram presentes o vice-presidente executivo da FIEMA, Benedito Mendes; o superintendente da FIEMA, César Miranda; os secretários da Federação Pedro Robson Holanda e Leonor de Carvalho; empresários;  líderes sindicais; representantes de instituições de ensino e diversas personalidades, todos unidos em prol de uma visão de futuro que projeta o Maranhão em uma posição de destaque no cenário nacional.

A publicação tem 116 páginas e está dividida, e ricamente ilustrada, nos seguintes capítulos:

01 – Como estará o Maranhão em 20 anos?
02 – Esboços para um plano estadual de logística
03 – A disputa pela carga do Centro-Oeste brasileiro
04 – O Sistema de Portos da Baía de São Marcos
05 – Mas o que confere à Baía de São Marcos esta condição portuária?
06 – O Porto Público do Itaqui: Necessidade de construção de uma agenda para os próximos a anos
07 – O Sistema de Transportes do Maranhão
08 – As Ferrovias
09 – As Rodovias
10 – As Hidrovias
11 – O Maranhão como nova fronteira de expansão do agronegócio brasileiro
12 – Características do Agro no Maranhão
13 – A Produção de Fertilizantes no Maranhão
14 – As condições da Região Sul do Estado
15 – Contribuição do Agro Maranhense à Transição da Produção de Etanol – Desafio: Formular planejamento com objetivo de multiplicar a produção do agro maranhense
16 – Energia: vetor de desenvolvimento do Maranhão
17 – A Condição Energética Atual e Potencial do Maranhão
18 – O Pré-Sal Maranhense: As amplas reservas petrolíferas offshore
19 – A Bacia do Parnaíba: Gás abundante para o desenvolvimento do Maranhão
20 – O amplo potencial eólico e solar do Maranhão
21 – Hidrogênio, Combustível do Futuro: Desafios para o Maranhão ser o grande polo produtor e exportador
22 – O Maranhão: Potencialidades em cadeias produtivas baseada em exportação de minério
23 – O desafio da industrialização do Maranhão: propostas de política industrial
24 – O Desafio da Industrialização
25 – As Grandes Empresas Industriais e/ou com relação direta ou indireta com a atividade industrial
26 – O desafio de estruturar uma Zona Industrial Especial do Maranhão
27 – O Centro Espacial de Alcântara (CEA) e o Desafio da Industrialização do Maranhão. Com o Centro Espacial, pode Alcântara se transformar em um Centro Tecnológico Espacial?
28 – Novas Frentes para a Industrialização do Maranhão
29 – Questões a serem equacionadas para incremento de uma política industrial para o Maranhão

A seguir, destacamos, na íntegra, o capítulo de número 6, que trata das potencialidades do porto do Itaqui.

O PORTO PÚBLICO DO ITAQUI: NECESSIDADE DE CONSTRUÇÃO DE UMA AGENDA PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Dos três portos operacionais de grande porte da baía de São Marcos, cabe discutir a enorme relevância adquirida pelo Porto do Itaqui nos últimos anos, graças a uma gestão técnica de alto nível e tendo em vista os fatores anteriores aqui discutidos relativos às vantagens competitivas. Diferente dos dois portos privados (da Ponta da Madeira, da Vale e do TUP, da Alumar), o Itaqui é um porto público, do Governo Federal, concedido ao Governo do Maranhão, via EMAP, até 2026. Cabe, portanto, uma análise de um conjunto de medidas para os próximos anos.

Com crescimento a taxas chinesas, acima de dois dígitos, a atual administração do Porto, em estimativas informais, tem dito que em dois ou três anos o Itaqui pode chegar à casa dos 40 mi toneladas/ano, o que, contudo, exigirá um conjunto de iniciativas novas que discutiremos a seguir. Seria razoável ter como meta, num horizonte de duas décadas como se discute neste documento, almejar que o Porto do Itaqui se estabelecesse como o 3o maior do país – em cifras de hoje, acima de 65 mi de ton/ano? Pensamos que sim.

Mas isso representaria, ainda segundo as cifras de 2021, em mais que dobrar a capacidade operacional do Itaqui. Portanto, trata-se do que queremos por em pauta aqui: se é possível e quais as medidas necessárias para pelo menos dobrar a capacidade do Porto do Itaqui no horizonte de duas décadas. Dada a excepcionalidade logística que até aqui discutimos, a previsão de 40 mi ton/ano em 2 ou 3 anos pode parecer até conservadora. Afinal, todavia (março de 2022), não está plenamente operacional o sistema logístico que permitirá a captura de parte substantiva da carga do MATOPIBA e do Centro- Oeste, incluindo a Norte-Sul e a FICO.

Além disso, há limitações nas instalações atuais; não por acaso o setor privado já discute publicamente a possibilidade de uma fase 3 do TEGRAM (O Estado do Maranhão, 26-27/07/2021). Um problema de ordem maior para dobrar a capacidade do Itaqui, está a exponencializar seus ganhos de eficiência. Primeiro, nos atuais oito berços operacionais, entre os quais existem grandes disparidades de eficiência. Segundo, construindo novos berços, os quais poderão ser viabilizados como solução de mercado – como o que acaba de ser concluído pela Suzano (Berço 99) e o berço gasífero que poderá ser viabilizado para breve – ou com recursos próprios da EMAP – recordando que a empresa está bastante capitalizada em função dos leilões recentes de áreas portuárias na B3.

É imprescindível o ganho de eficiência no acesso ao Porto com a chamada pera ferroviária. Trata-se de um investimento que algumas estimativas informais situam em cerca de R$ 300 mi, um valor relativamente modesto em relação aos ganhos que se projetam. Aqui também podem caber soluções de mercado – por exemplo, consta que a VLI estaria desenvolvendo estudos a respeito -, ou da própria administração do Porto, inclusive por meio de empréstimos, como já se cogitou junto ao BNDES. Por fim, mas talvez o mais importante, é a discussão sobre a contribuição do Porto para o desenvolvimento da Ilha do Maranhão onde se situa. Este talvez seja o ponto de maior interesse na construção desta agenda de futuro.

Afinal, trata-se de contrapor a crítica recorrente de que a riqueza passa e a pobreza fica. Para isso, a grande questão é a agenda para a gestão da retroárea do Porto, através da estruturação de um DISTRITO INDUSTRIAL, em especial facilitado pela atualização do Marco Regulatório das ZPEs (Zonas de Processamento de Expor-

tação). Aprofundaremos este debate mais adiante, na abordagem referente à indústria, uma vez que, por óbvio, Distrito Industrial/ZPE exige indústria, que por sua vez exige uma política industrial ativa que permita seu estabelecimento. Outro item da agenda de contribuição ao desenvolvimento do Maranhão, está na necessidade de contratação de empresas e mão de obra local, em especial de engenharia e construção civil.

As grandes vocações do Porto do Itaqui são claras e devem ser aprofundadas:

(1) GRÃOS, cujo incremento exigirá medidas relativas à captura eficiente por meio das soluções logísticas anteriormente discutidas, bem como mais berços e ganhos de eficiência operacional, além de novas instalações, como a citada ampliação do TEGRAM;

(2) COMBUSTÍVEIS, com o estabelecimento de grandes empresas como a Petrobras e a Raízen, além dos quatro terminais recém licitados para a Santos Brasil;

(3) FERTILIZANTES, através de investimentos importantes, como o terminal da COPI integrado à VLI. Aqui, portanto, trata-se da utilização eficiente da condição logística em termos ideais, na qual exporta-se grãos e interioriza-se combustíveis e fertilizantes – evidentemente que, no caso destes dois últimos, impõe-se solução de mercado em razão das deficiências estruturais do país que precisarão ser sanadas – falta de capacidade de refino do hidrocarboneto nacional e de autonomia na produção de fertilizantes para o Agro brasileiro.

 

Fonte:
Site oficial da Fiema