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Capitania dos Portos do Maranhão celebra 178 anos de história

A solenidade acontece na sede da Marinha do Brasil, no Jenipapeiro, e homenageou personalidades com diplomas e títulos do Mérito Carcará.

A história da Capitania dos Portos do Maranhão, que teve início por decreto imperial datado de 28 de julho de 1846, chega aos seus 178 anos e é comemorada de forma significativa pelo seu atual comandante, o Capitão de Mar e Guerra Alessandro Domingos Gurski. Ele é o 80º Capitão dos Portos do Maranhão, sendo que o primeiro, no ano de sua fundação, foi o também capitão de mar e guerra Francisco de Assis Cabral Telvez. Desse total de comandantes até os dias atuais, quatro nasceram no Maranhão: Francisco Matos dos Santos (1959, Capitão de Corveta); Washington de Oliveira Viegas (1965, Capitão de Corveta), Carlos Alberto Santos Ramos (1994, Capitão de Mar e Guerra) e Carlos Alberto Trovão (1998, Capitão de Mar e Guerra.

A solenidade de comemoração aos 178 anos aconteceu na tarde/noite da última quinta-feira, 01/08/2024, na sede da Capitania no Jenipapeiro, em São Luís, e teve como primeiro momento o ato conhecido como “bandeira arriada”. De acordo com a programação, “o cerimonial à bandeira é executado diariamente, tanto nos navios, quanto nas organizações militares de terra. Pela manhã, inicia-se às 7h55m o seu hasteamento e a tarde, 5 minutos antes do pôr do sol, o seu arriamento”. No momento da operação, a Banda de Música do Exército de Caxias, que tem como regente o subtenente Bernardo, executou o Hino Nacional Brasileiro.

Logo em seguida foi feita a leitura da Ordem do Dia alusiva a data (leia na íntegra no final da reportagem), onde o Comandante Gurski fez um balanço dos seus primeiros meses a frente da instituição e enalteceu o potencial da Capitania, do Maranhão, da Marinha e do Brasil. “A Baía de São Marcos, principal foco de atuação da Capitania dos Portos do Maranhão, é um estuário com aproximadamente 100 quilômetros de extensão, onde ocorrem variações de maré de até 7 metros, diariamente, e correntes de até 6 nós. Essas características peculiares, aliadas ao porte dos navios que por aqui trafegam, com até460.000 toneladas de peso bruto e com mais de 23 metros de calado, profundidade superada apenas pelo porto de Roterdã, na Holanda, distinguem ainda mais a nossa principal área de atuação, elevando o nível de atenção e prontidão dos 104 militares e servidores civis lotados nesta Capitania”, afirmou. Também agradeceu a cada um dos presentes, em especial as autoridades das demais forças, a vice-prefeita de São Luís, ao Presidente da Soamar Brasil Antônio Orson Moraes, ao presidente da Soamar do Maranhão Sílvio Aguiar, a presidente do Syngamar Lídia Pflueger, aos representantes das empresas como Vale, Alumar, Associação de Práticos e ao Grupo de Escoteiros Mirins 18tão.

Mérito Carcará – Foram agraciados com o Diploma da Ordem do Carcará Luís Inácio Corrêa Filho, Lidia Pflueger Pereira dos Santos e Denio Pereira Maciel. No mesmo momento, o suboficial da Marinha Gimi Destan Almeida foi condecorado com o título de Carcará Graduado e o 1º tenente Rosimiro Cipaúba de Lavor Filho recebeu o título de Carcará Real. A Ordem dos Carcarás se destina a agraciar os militares e servidores civis da Capitania dos Portos do Maranhão que se distinguirem no exercício de duas atividades e, excepcionalmente, homenagear personalidades civis e militares que tenham contribuído para o cumprimento da missão e ao engrandecimento da Organização Militar.

ORDEM DO DIA N° 1/2024
Assunto: Centésimo septuagésimo oitavo aniversário da Capitania dos Portos do Maranhão.

A Capitania dos Portos do Maranhão, originada pelo Decreto Imperial nº 460, de 28 de julho de 1846, celebra, hoje, seus 178 anos dedicados ao serviço, honrando as tradições navais e o legado da Marinhado Brasil.

O Estado do Maranhão é historicamente reconhecido por sua vocação e influência nas atividades marítimas e fluviais. Além de ser a derrota para os refrescantes ventos alísios, desde o final do século XV, há relatos da presença de navegadores europeus no nosso golfão maranhense, sobretudo, na Ilha de Upaon-açú. Exploravam nossa costa, estabelecendo relação amistosa com os índios nativos, por meio do escambo. A presença portuguesa na área era limitada, a receptividade silvícola e os dados levantados por mais de um século, que destacavam a importância estratégica do Maranhão em relação às comunicações marítimas, fez com que a Rainha Maria de Médici autorizasse, em 1612, a empreitada de Daniel de La Touche.

Após breves e temporárias ocupações durante o período colonial, uma pequena expedição francesa, composta por apenas três navios, desembarcou na ilha com o objetivo de estabelecer a França Equinocial. Com a construção do Forte São Luís, os franceses gradualmente fortaleceram sua presença na região até o desfecho em 1614, quando foram expulsos do Maranhão, após a épica batalha naval de Guaxenduba. Na manhã de 19 de novembro, a esquadra francesa, composta por 11 navios e apoiada por cerca de 50 grandes canoas tupinambás, aproximou-se do Forte Santa Maria de Guaxenduba, erguido em Vila Velha de Icatu pelos portugueses liderados por Jerônimo de Albuquerque. A estratégia francesa envolvia o desembarque de tropas na praia para render o forte. No entanto, o contra-ataque português às tropas desembarcadas, a resistência dos índios tapuias aliados aos portugueses e os ataques dos navios portugueses à retaguarda e flancos da esquadra francesa resultaram na vitória das forças portuguesas e na rendição dos invasores. Assim se iniciou a notável história naval deste Estado, que hoje se destaca no contexto do poder marítimo brasileiro.

O Maranhão se destaca como o segundo Estado brasileiro com maior extensão litorânea, possuindo cerca de 7.000 Km de vias fluviais navegáveis, distribuídas em 12 bacias hidrográficas. Seu complexo portuário é responsável por 20% do comércio nacional em volume e tonelagem, conferindo-lhe uma posição de destaque e liderança no ranking nacional de movimentação de carga, quando comparado aos demais portos brasileiros.

A Baía de São Marcos, principal foco de atuação da Capitania dos Portos do Maranhão, é um estuário com aproximadamente 100 quilômetros de extensão, onde ocorrem variações de maré de até 7 metros, diariamente, e correntes de até 6 nós. Essas características peculiares, aliadas ao porte dos navios que por aqui trafegam, com até460.000 toneladas de peso bruto e com mais de 23 metros de calado, profundidade superada apenas pelo porto de Roterdã, na Holanda, distinguem ainda mais a nossa principal área de atuação, elevando o nível de atenção e prontidão dos 104 militares e servidores civis lotados nesta Capitania. O objetivo desse contingente é oferecer o melhor serviço à comunidade marítima local e manter a excelência das atividades desenvolvidas pela Marinha do Brasil.

São gigantescos os desafios impostos à nossa Capitania, a saber: As ampliações, em andamento, de todos os terminais marítimos de São Luís, juntamente, com a expectativa de novos e significativos empreendimentos, somados ao crescimento das atividades de esporte e recreio com um aumento considerável de novas embarcações sendo registradas em nossa jurisdição e também, digna de destaque, a pesca como atividade econômica e de subsistência, principalmente no modo artesanal. Além disso, com 200 municípios sob a nossa jurisdição, atuamos nos setores do Ensino Profissional Marítimo e da Segurança do Tráfego Aquaviário, com aproximadamente 7.000 embarcações inscritas e cerca de 34.000aquaviários, entre marítimos, fluviários, pescadores, mergulhadores e práticos, além da manutenção de nossos 20 sinais náuticos.

Na área da saúde, atendemos a um público de cerca de 1.500 pessoas entre militares da ativa, veteranos, dependentes e pensionistas, e almejando conferir uma maior diversidade destes serviços, iniciou-se um processo administrativo que visa credenciar novas Organizações de Saúde junto à MB para que nosso pessoal possa usufruir de instalações médicas de urgência e emergência, o que incrementará sobremaneira a qualidade do atendimento à Família Naval.

Quanto ao cumprimento das atividades subsidiárias da Marinha em nossa área de jurisdição, nos últimos dois anos, esta Capitania formou mais de 600 novos aquaviários e portuários, qualificando-os com cursos do Ensino Profissional Marítimo. Habilitou e cadastrou cerca de 1990 amadores e abordou, em suas diversas ações de Inspeção Naval, na capital e no interior, cerca de 9.300 embarcações.

À minha tripulação, homens e mulheres, militares e servidores civis que labutam diuturnamente para atender aos anseios da sociedade maranhense que expressam a atitude de verdadeiros marinheiros no cumprimento da nossa missão, tenho o orgulho de comandá-los, pois, é inegável o esforço em fazer com profissionalismo, abnegação e fogo sagrado todas as tarefas que nos foram atribuídas pela Autoridade Marítima Brasileira. Por isso, exorto-os a continuarem nessa singradura com resiliência e alegria para que possamos aumentar a percepção dessa sociedade sobre a importância do mar e das águas interiores, bem como sobre a importância das atividades desenvolvidas pela Marinha do Brasil.

Por fim, agradeço a Deus e a São José de Ribamar, padroeiro do nosso Maranhão, por mais este ano de trabalho. Que continuem a iluminar nossos caminhos, afastando qualquer tempestade que possa prejudicar a sua, a minha, a nossa Capitania dos Portos do Maranhão.

Parabéns Capitania dos Portos do Maranhão pelos seus 178 anos!

Capitão de Mar e Guerra
ALESSANDRO DOMINGOS GURSKI
Capitão dos Portos do Estado do Maranhão

 

Veja a seguir, cobertura fotográfica do evento.

 

 

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